11 de mar. de 2015

PORTAL BEBER MENOS

A Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), em parceria com a Organização Mundial da Saúde e as Universidades Federal do Paraná (UFPR) e Federal de Juiz de Fora (UFJF) informa a divulgação de um site cuja a proposta é a intervenção gratuita para usuários de álcool. O Beber Menos, é um modelo de intervenção de uso de drogas pioneiro na América do Sul e foi inspirado a partir de estudos desenvolvidos na Holanda.

Pedimos a todos que divulguem este trabalho a seus familiares, pacientes, amigos, e todos que precisam de ajuda.

A utilização do site é bem simples, o usuário se cadastra e tem acesso a uma intervenção que dura 6 semanas (totalmente online e gratuita). O usuário conta com uma série de ferramentas que o ajudarão a: reduzir ou para de beber, lidar com a fissura pela bebida, desenvolver estratégias de enfrentamento para situações de risco, buscar mais informações sobre o álcool, entre outros. Os usuários também têm acesso a um fórum exclusivo para trocar experiências e podem enviar e-mails a especialistas na área, em caso de dúvidas. Ao final de 6 semanas, eles realizam uma avaliação para acompanhar seu consumo de álcool.

Lembramos que o Portal Beber Menos não é um curso, mas sim, uma ferramenta para usuários de álcool. Desta forma, por favor, nos ajude a divulgar este trabalho.

Acesse o vídeo demonstrativo do portal:



Veja algumas reportagens sobre o Beber Menos no youtube:

19 de ago. de 2012

LICENÇA MÉDICA PARA TRATAR ALCOOLISMO BATE RECORDE NO PAÍS

Em março foram concedidos 4.120 benefícios, uma média de cinco por hora. Aumento de afastamentos do emprego nos últimos seis anos foi de 69,6%

Fernanda Aranda , iG São Paulo

Getty Images
Licenças trabalhistas para tratar alcoolismo e outras drogas crescem 69% em cinco anos

O mês de março fechou com um recorde histórico de licenças médicas concedidas para trabalhadores, de todos os setores, se tratarem de dependência química. Em 31 dias, 4.120 benefícios previdenciários do tipo foram registrados pelo governo federal, uma média de cinco afastamentos por hora.
O levantamento feito pelo iG Saúde nos bancos de dados do Ministério da Previdência Social mostra que o aumento é anual e gradativo. Entre 2006 e 2011, o crescimento acumulado de licenças nesta categoria foi de 69,9%, pulando de 24.489 para 41.534 no último ano.
Na comparação, os afastamentos por dependência química cresceram mais do que o dobro da elevação registrada de postos de trabalho com carteira assinada no País. Enquanto os empregos formais tiveram alta de 6% entre 2010 e 2011 (segundo o IBGE), as licenças deste tipo ampliaram 13,9% no mesmo período.

Evolução de licenças trabalhistas

Dependência química cresce entre os motivos para o afastamento do trabalho

INSS
O álcool é a locomotiva do aumento, sendo a droga que mais aparece como responsável por afastar do trabalho por mais de 15 dias médicos, advogados, funcionários da construção civil, professores e todos outros empregados com carteira assinada. Em seguida, probleas com cocaína, maconha e medicamentos calmantes são apontados como motivos para os afastamentos.

Para o diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência, Cid Pimentel, a ampliação de licenças por uso compulsivo de substâncias entorpecentes evidencia três fenômenos: “Há um evidente aumento do consumo de drogas pelos brasileiros e isso repercute, de forma devastadora, no desempenho profissional”, diz.
“Mas há também uma maior sensibilização por parte das empresas em reconhecer a dependência química como uma doença e não mais como uma falha de caráter. Outra influência no aumento é o fato da notificação estar mais precisa. Antes os casos ficavam escondidos”, explica Pimentel.
A vendedora Alice, 20 anos – atualmente em tratamento em uma clínica de reabilitação particular – confirma que bebeu durante o expediente por anos até ser convidada pelo chefe a buscar ajuda especializada. Acredita que muitos clientes sentiam o cheiro etílico das doses de pinga e cerveja, que começava a beber às 10h. “Meu chefe falou comigo. Disse que me daria todo apoio caso eu procurasse ajuda médica e que poderia voltar a trabalhar depois de recuperada. Eu aceitei a oferta, pedi licença médica de três meses, mas tenho medo de não ter mais trabalho quando sair.”

Levantamento: Mulheres jovens e homens de meia idade lideram abuso de álcool

Portas fechadas

O medo de Alice não seria justificado pelas leis trabalhistas, que garantem 180 dias de estabilidade após tratamento médico. Mas na prática, afirma o coordenador da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas, Juliano Marfim, ainda há muitas dispensas após a alta dos dependentes. “Há um preconceito muito forte por parte dos empregadores e, após o tratamento, as demissões são constantes”, afirma.
“Nos nossos cursos de formação de terapeutas para tratar de dependentes químicos, temos um número muito alto de ex-usuários que simplesmente não conseguiram voltar para as suas funções de origem. Eu mesmo, que estou em abstinência há 5 anos, não consegui mais trabalho na área administrativa, onde sempre atuei. Acabei trabalhando com as drogas.”

Mauro, 41 anos, limpo há 9 meses, também não voltou mais para o ramo comercial.
“As portas se fecham”, diz ele que agora trabalha na recuperação de ex-usuários”.

“Essa postura por parte das empresas precisa e deveria mudar. Porque a pessoa para conseguir sustentar o vício acaba desenvolvendo algumas habilidades de sedução, de improvisação, de convencimento, por exemplo, que podem ser revertidas positivamente e exploradas no mercado de trabalho”, acredita Marfim.

Rede de apoio

Apesar das dificuldades relatadas pelos ex-dependentes para voltar ao mercado de trabalho, algumas empresas decidiram criar uma rede de apoio para acolher os profissionais envolvidos com álcool e drogas. Por meio das equipes de recursos humanos e de médicos do trabalho, as instituições fazem a abordagem de funcionários com indícios de abuso de drogas lícitas e ilícitas e estendem a oferta de terapia de reabilitação também às famílias. É o que conta Carlos Netto, diretor de gestão de pessoas do Banco do Brasil, uma das empresas citadas como referência pela Previdência Social na área de atendimento da dependência química.
“Um dos nossos focos de atuação é a reinserção do profissional encaminhado ao tratamento”, conta Netto.
“Ele é gerenciado por nossas equipes e, em alguns casos, realocado em outros setores, ficando mais próximo de casa. Entendemos que o trabalho é um mecanismo importante na recuperação, garante não só a renda mas a autoestima.”

Relação com a profissão

A dependência de álcool é uma doença de múltiplas causas, influenciada pela genética, pelos hábitos, pela história de vida e também pela ocupação profissional. Os cientistas ainda não conseguem responder com plena certeza as razões concretas que levam uma pessoa ficar viciada, mas as pesquisas encontram cada vez mais um elo com a profissão exercida.
A última publicação que coloca luz nesta relação foi feita por médicos canadenses. Realizado com 10.155 trabalhadores, o estudo avaliou as contribuições da posição hierárquica dentro da empresa e das condições de trabalho, como salário, estresse e demandas físicas e psicológicas, para o consumo indevido do álcool no ambiente de trabalho.
De acordo com estudiosos do Centro de Informações sobre Álcool (Cisa) do Brasil – que avaliaram os resultados – “o cargo profissional é sugerido como um importante fator motivador para o uso e abuso do álcool, muito mais influente do que as condições de trabalho.”
Executivos, diretores e administradores de altas gerências (“upper managers”) formam um grupo com padrão de consumo de alto risco, com propensão de beber exageradamente (10 ou mais doses para mulheres, e 15 ou mais doses para homens) 139% maior do que a apresentada pelos trabalhadores abstêmios ou que não haviam bebido na semana anterior à pesquisa.
No Brasil, inquérito feito pelo Ministério da Saúde já havia constatado que as pessoas com maior escolaridade são as que mais exageram no consumo etílico. Os dados mostram que 20,1% dos adultos com mais de 12 anos de estudo bebem acima da média, índice que cai para 15,9% entre os menos instruídos (com até 8 anos de estudo).
Ainda que a dependência química tenha impacto crescente no ambiente de trabalho, esta doença não figura entre as 10 que mais afastam trabalhadores. No ranking feito pelo iG , dor nas costas é a primeira entre os benefícios previdenciários concedidos.

14 de ago. de 2012

AOS 80 ANOS, PADRE DEDICA 16 HORAS DO SEU DIA PARA TIRAR JOVENS DAS DROGAS


Jornal O Estado de Minas

Sempre dedicado a repassar valores a favor da família, história do religioso começou no Bairro Padre Eustáquio, durante a década de 70, quando promovia encontros de jovens e casais para aconselhá-los

Luciane Evans

Padre Osvaldo Gonçalves não é de muita conversa. A cada pergunta, seu pensamento vai longe, como se buscasse nesses 80 anos vividos a resposta certa para tantas incertezas que a vida já lhe mostrou. Ele tem pressa. Não quer deixar de cumprir uma rotina de dedicação sem trégua, um cotidiano sempre repetido, das 6h às 22h, durante anos a fio, carregando pessoas boas, mas cheias de problemas difíceis de suportar. “Podia ter feito de outra maneira e não ter colocado tanto peso nas minhas costas, mas eu não soube fazer diferente”, conta o sacerdote no livro Eu me envolvi com os drogados, publicado em 2009.
Sempre dedicado a repassar valores a favor da família, a história desse homem começou no Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte, durante a década de 70, quando promovia encontros de jovens e casais para aconselhá-los. O lugar ganhou o nome de Recanto de Canaã. Mas, em 1979, as queixas passaram a ser ainda mais preocupantes: estourava na cidade a dependência química. O seu primeiro contato com essa realidade veio quando uma mãe aflita chegou a ele e lhe apresentou seu filho Marcos, na época com 18 anos, que trazia no corpo verdadeiras chagas, como consequência das picadas, injeção de algafan, uma espécie de morfina nas suas veias.
Ao se deparar com o garoto, padre Osvaldo, que não sabia o que fazer e ciente de que o problema não se limitava a apenas um jovem, resolveu encarar o desafio. “Não tínhamos outra solução a não ser pensar nas comunidades terapêuticas, que começavam a nascer no Brasil”, conta. Já existia em Campinas (SP) a Fazenda Senhor Jesus, fundada em 1978 pelo padre Haroldo Rahm, um jesuíta norte-americano. “Ele trazia da sua terra um modelo de trabalho destinado à recuperação de dependentes químicos. Fui para lá conhecer”, lembra. Na época, as drogas que mutilavam as famílias em BH eram a algafan, a maconha e a cocaína. “O pó custava um grama de ouro”, recorda o padre.
O sacerdote passou a tratar de um grupo pequeno de dependentes. “Fomos aceitando esses jovens, cheios de ilusão pela primeira vitória ainda não consolidada. Eram de bom coração, de boas famílias, mas presos ao vício, alguns inteiramente atolados na lama”, conta. Estava dado o primeiro passo. Mas o que fazer com eles? Veio a primeira frustração. Na tentativa de recuperá-los, o padre chegou a perder peso e noites de sono. “Achei que podia desistir, pois não estávamos preparados para um trabalho como esse.” Ele diz ter aprendido, ali, a não acreditar nem confiar em uma pessoa viciada. “Mesmo em processos de recuperação, elas podem falar o contrário do que estão pensando e prometer o que não tencionam fazer.”

Terapia

E, apesar das decepções, o padre não desistiu. “Passei a pesquisar mais sobre o assunto, ir a congressos, ler livros e preparar palestras. Criei estruturas mais sólidas para evitar os fracassos”, comenta. Em 1987, foi criada, com a ajuda da Congregação dos Sagrados Corações e de alguns fiéis, a comunidade terapêutica Fazenda Recanto de Canaã, em Ribeirão das Neves, na Grande BH. O espaço tem hoje 68 hectares (o equivalente a 68 campos de futebol) por onde já passaram 4 mil dependentes. Atualmente, são 70 internos, todos homens. A recuperação é baseada em um tripé: disciplina, trabalho e espiritualidade. A internação é de nove meses e no local não há portões fechados.
“O primeiro recurso é tirar o dependente do seu ambiente. Aqui, ele aprende a trabalhar com lavoura, faz limpezas, capina, trabalha na floricultura e mexe nas hortas. Além disso, passa a descobrir valores de espiritualidade. Todos os dias, oramos e fazemos uma reflexão do evangelho”, destaca. O padre diz que o pedido de socorro é voluntário. “Vem gente do Brasil inteiro nos pedir ajuda. Como são três comunidades na fazenda, sendo uma para cada etapa passada pelo dependente, há uma equipe de psicólogos, médicos e assistente sociais.”

Canaã é transformação

No livro Eu me envolvi com os drogados, o padre Osvaldo Gonçalves explica que o nome Canaã evoca não somente a presença de Jesus em um casamento, mas é o lugar onde ele fez o seu primeiro milagre, transformando água em vinho. “Essa transformação simboliza a mudança que se faz no coração das pessoas e na orientação das suas vidas, desde que Cristo seja convidado a participar do seu projeto.”

Presença da família é fundamental

Durante três vezes na semana, o vigário se encontra com os familiares dos internos em reuniões feitas no Bairro Padre Eustáquio. “A família é fundamental para a qualidade do processo”, defende, reconhecendo que o trabalho não é fácil e nem sempre quem sai dali está libertado do vício. “A droga tem muita força. Ela é maldita. Derruba os ideais, frustra as promessas e as esperanças”, diz. Ele afirma que o retorno ao mundo lá fora, o reencontro com os antigos companheiros e a incontrolada compulsão fazem voltar tudo como era antes. “Por isso a família é importante. E a espiritualidade, fundamental.”
Não há, segundo ele, como dizer qual o tipo de vício mais recorrente entre os dependentes. “É tudo misturado. Mexem com o crack, cocaína e maconha.” Por esse motivo, por saber que um vício leva a outras substâncias, o sacerdote não vê com bons olhos a descriminalização da maconha, assunto que o Brasil começa a discutir. “Isso cria condições para as pessoas experimentarem outras coisas. Se liberar a erva, será uma calamidade. Falam em acabar com o tráfico, mas isso só vai acabar quando não houver comprador. Dizer que a descriminalização vai reduzir a criminalidade é uma incógnita.”
A rotina na fazenda começa às 6h30, quando todos se encontram na capela para oração. “Temos uma padaria, em que o pão é feito pelos internos. Eles fazem trabalhos manuais, a chamada laborterapia. Há também tempo para o esporte. Já tivemos como internos médicos, advogados, engenheiros e universitários”, comenta. Na sede do Recanto de Canaã, no Padre Eustáquio, há espaço para as mulheres, mas a capacidade é para 15. Para o trabalho com os dependentes é cobrada uma contribuição de R$ 900 mensais das famílias, mas, de acordo com o vigário, as condições dos familiares são consideradas.
Padre Osvaldo diz que foram muitos os que conseguiram vencer o vício com o trabalho na fazenda. Ele aconselha aos dependentes aceitarem ajuda. “É preciso querer, começar e perseverar. Salva-se aquele que perseverar até o fim. É palavra de Jesus.

ESTUDO APONTA QUE ACUPUNTURA ALIVIA OS SINTOMAS DA ABSTINÊNCIA DE HEROÍNA



Especialista afirma que acupuntura ajuda a reduzir ansiedade e vontade de consumir droga ...

Um recente estudo concluiu que a acupuntura é efetivamente importante no alívio aos efeitos da abstinência e ansiedade associados à dependência de heroína. A pesquisa foi conduzida com um grupo de 60 homens viciados na droga. O estudo comparou o grupo controle com dois grupos de tratamento com acupuntura. O primeiro grupo recebeu acupuntura no acuponto denominado C7 (Shenmen), e o segundo grupo recebeu acupuntura no acuponto denominado CS6 (Neiguan). Em ambos, notou-se que a acupuntura foi eficaz no tratamento da dependência química da heroína.
“O uso da acupuntura nestes pontos estimula a redução da ansiedade e controla a fissura (ou craving, em inglês) que é a vontade intensa de consumir a droga”, explica o presidente da Associação Brasileira de Acupuntura do Rio de Janeiro (ABA-RJ), Dr. Márcio De Luna, acupunturista há 28 anos. “Demonstrou-se, portanto, que a acupuntura é uma excelente opção para o tratamento complementar dos dependentes químicos”, completa Dr. Luna, também coordenador do curso de pós-graduação em acupuntura pelo Instituto Brasileiro de Medicina Tradicional Chinesa - IBMTC.

ACUPUNTURA COMO RECUPERAÇÃO

Recentemente, outro estudo realizado pela Universidade de Yale, nos EUA, apontou que ratos de laboratório viciados em cocaína também tiveram uma redução na dependência na droga. “Os pesquisadores notaram que a acupuntura foi capaz de reduzir a autoadministração da droga e, também, de estimular a liberação de dopamina em uma área do cérebro que inibe o comportamento aditivo à cocaína”, explica Dr. Luna.

5 de ago. de 2012

DOCUMENTOS MOSTRAM QUE GOVERNO SABIA DO PODER DO CRACK DESDE1987 E NADA FEZ


by Clínica Alamedas
Arquivos sigilosos do governo brasileiro revelam que, há mais de 20 anos, analistas já chamavam a atenção para os efeitos devastadores do entorpecente que se tornou epidemia

Edson Luiz
Correio brasiliense
Um dos principais problemas enfrentados hoje pela sociedade já representava um perigo há 25 anos, como alertou o serviço secreto do governo. Documentos confidenciais da então Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) avaliavam, em 1987, que poderia haver a disseminação de uma droga de alto poder destrutivo: o crack. Apesar dos avisos, somente a partir dos anos 2000, que o governo brasileiro voltou os olhos para a droga, que já é considerada uma epidemia, reconhecida pelo Ministério da Saúde. No entendimento do governo, a droga avançou mais rápido do que as ações de combate e saiu de controle. Segundo estimativas de especialistas, o número de usuários no Brasil está entre 600 mil e 2 milhões. A aprovação da Lei de Acesso à Informação revelou grandes volumes de análises oficiais fazendo referências à pedra da morte.

Os primeiros relatos sobre a droga nos documentos do governo aconteceram em 1987, quando os serviços de informações analisavam a situação do país, na época considerado internacionalmente como fornecedor de insumos químicos para o refino dacocaína. O alerta observa que em Porto Velho, Rondônia, havia também outra droga que poderia ser ainda mais perigosa do que o crack — a mescla, que na verdade é a pedra da morte em seu estado pastoso. Mas, quatro anos depois, o assunto voltou a circular na esfera do serviço secreto, especialmente a SAE, que substituiu o temido Serviço Nacional de Informações (SNI), criado durante a ditadura militar.

PESQUISA DA UNIFESP REVELA QUE CERCA DE 1,5 MILHÃO DE BRASILEIROS SÃO VICIADOS EM MACONHA


Rádio Band
Deste grupo 1/3 é adolescente, com idade entre 14 e 18 anos.

Segundo um estudo divulgado “anteontem” pela Universidade Federal de São Paulo, um em cada cinco jovens tem acesso à droga dentro da escola. O psiquiatra Ronaldo Laranjeira explica que há uma tendência de crescimento de usuários no país desde 2006, quando foi realizada a última pesquisa.
                Para o coordenador do Levantamento Nacional de Álcool de Drogas, o número reflete a flexibilização da legislação sobre o consumo do entorpecente. O pesquisador Ronaldo Laranjeira ainda destaca que os riscos da maconha são subestimados no Brasil.
O resultado da pesquisa indica ainda que a maioria da população é contrária à legalização da maconha no país. Dados apontam que 89% das pessoas preferem que a droga não entre na mesma classificação das bebidas alcoólicas, cujo consumo é liberado para maiores de 18 anos.
Esta é a primeira vez que se tem uma amostragem representativa da população brasileira sobre o uso e dependência de drogas. No mês que vem, a Unifesp vai divulgar os dados sobre o consumo de crack em 149 municípios de todos os estados do Brasil.

COLÔMBIA SANCIONA LEI QUE RECONHECE DEPENDÊNCIA QUÍMICA COMO ASSUNTO DE SAÚDE


Infolatam/EFE
Las claves
A política contra as drogas da Colômbia, um dos países mais afetados pelo flagelo da produção e tráfico de entorpecentes, foi abordada durante décadas pelo setor da Defesa, com a perseguição aos narcotraficantes e a destruição de cultivos e laboratórios.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, sancionou a primeira lei que reconhece o vício em substâncias psicoativas como um assunto de saúde pública, o que prevê uma mudança em sua luta contra as drogas, ao deixar de vê-lo apenas como um problema de ordem público. O presidente assinou a Lei 1566, que segundo o senador Juan Manuel Galán, do Partido Liberal (PL), destacou em sua conta no Twitter, “reconhece a doença e garante o tratamento integral”. O texto começa com o seguinte parágrafo: “É reconhecido que o consumo, abuso e vício de substâncias psicoativas, lícitas ou ilícitas, é um assunto de saúde pública e bem-estar da família, da comunidade e dos indivíduos”.
Portanto, acrescenta que as pessoas viciadas devem ser tratadas como doentes e têm o direito de pedir, de maneira voluntária, e receber uma “atenção integral por parte do Estado”, que fica incluída no Plano Obrigatório de Saúde (POS) e não irá prever nenhuma recuperação por parte das chamadas Empresas Prestadoras de Saúde (EPS). Até agora, os usuários só podem obter ajuda, tanto focada para a reabilitação como para o tratamento terapêutico, através de ações de tutela.
Com esta lei, o Estado também tem a obrigação de formar médicos especializados para atender a saúde mental dos viciados em drogas, ao mesmo tempo em que também deverá condicionar os centros de saúde onde estes serviços são oferecidos. A prevenção conta também com um papel primordial e fica nas mãos do Governo incluí-la em suas políticas de saúde.
Com a norma também será criado o prêmio nacional “Entidade Comprometida com a Prevenção do Consumo, Abuso e Vício em substâncias Psicoativas”, com o qual o Ministério da Saúde e da Proteção Social reconhecerá as melhores iniciativas neste campo. Em seus primeiros meses de vida, a Lei 1655 começará a ser aplicada entre menores de idade, identificados como a população mais vulnerável, e ampliará sua cobertura para todos os dependentes da Colômbia que, de acordo com relatórios do Governo, está crescendo.
A política contra as drogas da Colômbia, um dos países mais afetados pelo flagelo da produção e tráfico de entorpecentes, foi abordada durante décadas pelo setor da Defesa, com a perseguição aos narcotraficantes e a destruição de cultivos e laboratórios. No entanto, o presidente Santos manifestou em várias ocasiões sua abertura a um debate para estudar novas alternativas para esta estratégia que considerou frustrada. Primeiramente, Santos apresentou na sexta-feira passada, com seu ministro de Defesa, Juan Carlos Pinzón, um novo plano que manterá a pressão contra os traficantes e os cultivos através da erradicação, mas sob um enfoque integral que permita acabar com todos as peças da corrente do negócio e colocar em andamento programas de desenvolvimento.

27 de jun. de 2012

Dia Internacional contra o Abuso de Drogas e o Tráfico de Ilícitos


ABEAD – Opinião

“Ontem, 26 de junho foi” o Dia Internacional contra o Abuso de Drogas e o Tráfico de Ilícitos. Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data marca um dia para reflexão do impacto causado por esse mal à sociedade, principalmente aos jovens.
Não é um dia para se comemorar, mas sim para refletir sobre as ações que estão sendo tomadas para que o problema, que em muitos casos se tornou uma epidemia em diversas cidades brasileiras – vide o crack e o oxi -, seja minimizado.
O UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) é a área responsável pela campanha mundial que está sendo encampada pela ONU. Tendo como tema "Ação Mundial por Comunidades Saudáveis Sem Drogas", a campanha pretende mobilizar a população para atuar de forma integrada na construção de uma resposta ao problema.
Hoje a UNODC divulgou o Relatório Mundial sobre Drogas e o resultado apresentado não é nada animador: Ele mostra que aproximadamente 230 milhões de pessoas — 5% da população mundial adulta (entre 15 e 64 anos) — consumiram drogas pelo menos uma vez em 2010. Desse número de pessoas, 27 milhões são considerados usuários problemáticos – aqueles que possuem dependência ou distúrbios relacionados às drogas.
Outro dado alarmante do relatório aponta que aproximadamente uma em cada 100 mortes entre adultos é atribuída ao uso de drogas ilícitas.
Embora a ONU destaque que houve uma queda na produção de cocaína em todo o mundo, no Brasil houve um aumento no consumo da droga. Além disso, o relatório destaca que a produção e consumo de drogas sintéticas, como as anfetaminas, também teve crescimento.
Isso mostra que há muito trabalho pela frente e que é preciso unir forças para essa batalha, que não é fácil, mas que deve ser enfrentada com a contribuição de especialistas, educadores, pais e a mobilização de toda a população.

Joaquim Melo e Sabrina Pressman

Estudo: adolescentes que discutem com pais resistem mais às drogas

BOLETIM ABEAD

Os pais tendem a evitar ao máximo discussões com adolescentes, mas saiba que elas podem ser positivas. De acordo com uma pesquisa da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, elas fazem com que os filhos aprendam a expressar suas opiniões, o que os torna mais capazes de resistir à pressão de colegas para usar drogas e ingerir álcool. Os dados são do jornal britânico Daily Mail.
Os cientistas fizeram gravações de áudio e vídeo de 150 jovens de 13 anos discutindo com suas mães. Depois de três anos, questionaram os participantes sobre suas vidas e experiências com drogas e álcool. Os que foram confiantes e usaram a razão durante a “briga” se mostraram mais propensos a recusar os dois itens. “O que se passa na família é realmente um campo de treinamento para adolescentes em termos de como negociar com outras pessoas”, disse o pesquisador Joseph Allen. A equipe estimula as discussões, mas orienta os pais a terem “boas razões apresentadas de forma moderada” para que possam dar um bom exemplo.

21 de jun. de 2012

Mais de 400 pessoas aguardam vagas em comunidade terapêuticas

Alagoas 24 horas

Mais de 400 dependentes químicos aguardam uma vaga para internação involuntária nas comunidades terapêuticas do Estado.

O programa foi citado pelo governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) como uma das medidas elogiadas pelo Ministério da Justiça, que estão sendo desenvolvidas no Estado, e visa à recuperação de dependentes químicos. 
Na manhã desta segunda-feira, 11, a reportagem do Alagoas24Horas foi acionada por duas mães que tiveram que abandonar seus lares, após ameaças de traficantes, e tentaram a internação dos filhos, ambos dependentes de drogas. Ao chegar ao Centro de Acolhimento para Pessoas com Dependência Química, ligado à Superintendência de Políticas sobre Drogas da Secretaria da Paz, as mães foram informadas que existem mais de 400 pessoas na fila aguardando uma vaga em uma das 28 instituições credenciadas.
O estado oferece, atualmente, 800 vagas, que deverão subir para mais de mil, com a assinatura de novo convênio, o que está previsto para ocorrer na próxima semana. Apesar da iniciativa do estado, a demanda é infinitamente maior que os 30 atendimentos/dia e os dramas se sucedem no órgão. É o caso do jovem Wanderson Alves, de 21 anos, que buscou ajuda após ter a residência invadida por traficantes que pretendiam matá-lo. O jovem esteve na sede do Acolhe Alagoas hoje para buscar internação, com determinação do promotor Flávio Gomes da Costa, mas foi informado pela clínica ao qual seria encaminhado que o atendimento estava suspenso, uma vez que o Estado não estaria repassando os recursos às clínicas (um salário mínimo e uma cesta básica).
De acordo com Jacqueline Costa, diretora-administrativa do Acolhe Alagoas, há, de fato, uma lista de mais de 400 pessoas aguardando internamento, contudo, o novo convênio prevê o credenciamento de mais três clínicas, além de um acréscimo de mais de 200 vagas. Quanto à suspensão do atendimento, a técnica disse que há um problema de ordem burocrática, devido à renovação do convênio, e que o atendimento já está sendo restabelecido. Costa também garantiu o internamento de Wanderson Alves em uma clínica em Rio Largo.
Já a dona-de-casa Deusdete Soares Ferreira não teve a mesma sorte. Sem ter como voltar para casa, após ser ameaçada de morte devido à dependência do filho de 23 anos, a mãe não conseguiu garantir o internamento do filho, que já passou por uma comunidade, mas sofreu uma recaída. Sem poder voltar para casa, o dependente estava escondido na casa de parentes. Ainda segundo a gestora do Acolhe Alagoas, os dependentes são submetidos a uma triagem com psicóloga e assistente social, além de ser considerada a ordem cronológica, salvo caso de risco de morte.

7 de jun. de 2012

Especialistas alertam que o público perigosamente subestima os riscos de saúde ligados a fumar maconha.


BBC Brasil

A British Lung Foundation realizou um levantamento de 1.000 adultos e constatou que um terço erroneamente acredita que a cannabis não prejudica a saúde. E 88% pensavam incorretamente que cigarros de tabaco seriam mais prejudiciais do que os de maconha - quando um cigarro de maconha traz os mesmos riscos de um maço de cigarros.
A British Lung Foundation afirma que a falta de consciência é "alarmante".
Os números mais recentes mostram que 30% das pessoas entre 16 e 59 anos de idade na Inglaterra e no País de Gales usaram cannabis em suas vidas. Um novo relatório do BLF diz que há ligações científicas entre fumar maconha e a ocorrência de tuberculose, bronquite aguda e câncer de pulmão. O uso de cannabis também tem sido associado ao aumento da possibilidade de o usuário desenvolver problemas de saúde mental, como a esquizofrenia.
Parte da razão para isso, dizem os especialistas, é que as pessoas, ao fumar maconha, fazem inalações mais profundas e mantêm a fumaça por mais tempo do que quando fumam cigarros de tabaco. Isso significa que alguém fumando um cigarro de maconha traga quatro vezes mais alcatrão do que com um cigarro de tabaco, e cinco vezes mais monóxido de carbono, diz a BLF. A pesquisa descobriu que particularmente os jovens desconhecem os riscos.

'Campanha pública'

Quase 40% dos entrevistados com até 35 anos de idade - a faixa etária mais propensa a ter fumado cannabis - acreditam que maconha não é prejudicial. No entanto, cada cigarro de cannabis aumenta suas chances de desenvolver câncer de pulmão para o equivalente aos riscos de quem fuma um pacote inteiro de 20 cigarros de tabaco, a BLF advertiu.
A chefe-executiva da BLF, Helena Shovelton, disse: "É alarmante que, enquanto pesquisas continuam a revelar as múltiplas consequências para a saúde do uso de maconha, ainda há uma perigosa falta de sensibilização do público sobre o quão prejudicial esta droga pode ser."
"Este não é um problema de nicho - a cannabis é uma das drogas recreativas mais utilizadas no Reino Unido, já que quase um terço da população afirma ter provado."
"Precisamos, portanto, de uma campanha de saúde pública - à semelhança das que têm ajudado a aumentar a conscientização sobre os perigos de se comer alimentos gordurosos ou fumar tabaco - para finalmente acabar com o mito de que fumar maconha é de algum modo um passatempo seguro."
O relatório do BLF recomenda a adoção de um programa de educação pública para aumentar a conscientização do impacto de fumar maconha e um maior investimento na pesquisa sobre as consequências para a saúde de seu uso.

20 de mai. de 2012

MISTURA DE ENERGÉTICO COM ÁLCOOL PODE CAUSAR ARRITMIA CARDÍACA


Globo News

Combinação pode estimular o alcoolismo. Palpitação forte, tontura, mal-estar, sudorese, e principalmente dor no peito e desmaio são sinais de alerta importantes após a ingestão da mistura.
O consumo de energéticos não para de crescer no Brasil. Eles prometem aumentar o ânimo e a disposição, mas podem provocar sérios problemas, se forem misturados com bebida alcoólica ou ingeridos em doses elevadas. Os fabricantes de energéticos dizem que a bebida está presente em mais de 160 países, porque as autoridades consideram o consumo seguro. E acrescentam que o próprio rótulo alerta que a mistura com álcool não é recomendada.
O cardiologista Leandro Echenique, do Hospital Albert Einstein e da Unifesp, lembra que a combinação de energéticos com bebidas alcoólicas potencializa o risco de arritmia cardíaca: “Essa mistura pode ser perigosa. O rótulo informa que algumas populações são de risco, como crianças, idosos, gestantes e portadores de algumas enfermidades. Para o coração, há risco, pelo fato de ambas as substâncias poderem causar arritmia. O coração acelera ou bate de forma irregular”.
Uma pesquisa americana diz que 52 latas de energético por ano já é uma quantidade perigosa e pode levar a dependência. O cardiologista Leandro destaca que a cafeína tira a sonolência do álcool e não melhora o reflexo: “A pessoa acha que está bem, ingere maior quantidade de álcool e acaba dirigindo. Em boa parte das vezes, é possível reverter a situação, mas alguns danos podem ser permanentes, como arritmias”. O médico alerta ainda que palpitação forte, tontura, mal-estar, sudorese, e principalmente dor no peito e desmaio são sinais de alerta importantes após a ingestão da mistura.
A psiquiatra Fátima Vasconcellos, chefe da psiquiatria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, ressalta que as pessoas podem acreditar que só o energético vai dar a elas condições e energia para se divertir. “A mistura dessas substâncias gera uma falsa sensação de alegria e pode estimular o alcoolismo, levando ao comportamento de risco”. A psiquiatra diz ainda que almoçar com os filhos pelo menos uma vez por semana diminui o risco do consumo de drogas e lembra que a mulher tem um terço da capacidade de absorver o álcool. Por isso, as reações de intoxicação e são mais rápidas nelas.

Reincidência é menor nos EUA com tratamento a viciado em vez de prisão

               
‘De 18% a 26% dos tratados não voltam à criminalidade', diz especialista.
Tara Kunkel discute projetos no Brasil; promotor diz que falta estrutura.

Fábio Tito Do G1, em São Paulo

A experiência dos Estados Unidos com os tribunais de drogas, programas de reabilitação para acusados de pequenos delitos relacionados ao uso de substâncias ilegais, tem servido de exemplo para a aplicação de projetos similares no Brasil. É para isso que a especialista Tara Kunkel chegou nesta quinta-feira (17) a São Paulo. Por mais de 10 anos, ela comandou um tribunal de drogas no estado da Virgínia, depois de ajudar a escrever a legislação do estado sobre eles e fundar a primeira organização sem fins lucrativos para apoiá-los. Ela participa nesta quinta de um seminário em São Paulo sobre o assunto.

Hoje à frente do Centro Nacional de Tribunais Estaduais dos EUA, Kunkel explicou em entrevista ao G1 como o sistema funciona nos Estados Unidos.
A especialista americana Tara Kunkel diz ao participar de seminário sobre tribunais de droga em São Paulo: "São dois os objetivos principais dos tribunais de droga: um é ajudar a pessoa a superar o vício através de tratamento e supervisão, e o segundo é parar o ciclo em que essas pessoas entram de voltar ao Sistema Judiciário por conta de novos crimes. E esses dois andam de mãos dadas", afirma.
Existem hoje nos Estados Unidos mais de 2.500 tribunais de drogas e, segundo a especialista, oito em cada dez dependentes que participam de um programa de reabilitação conseguem se livrar das drogas. E estudos mostram que, a cada dólar gasto no tratamento, o governo americano economiza US$ 3 com prisões.

Como funciona
Para esclarecer como funcionam os tribunais nos EUA, a especialista usou como exemplo o caso de uma mulher de 35 anos que já tinha sido presa diversas vezes por queixas ligadas a drogas, era viciada em crack havia 15 anos, tinha perdido os dois filhos por dificuldade em criá-los e passou a se prostituir.
São dois os objetivos principais dos tribunais de droga: um é ajudar a pessoa a superar o vício através de tratamento e supervisão, e o segundo é parar o ciclo em que essas pessoas entram de voltar ao Sistema Judiciário por conta de novos crimes. E esses dois andam de mãos dadas"
Tara Kunkel, do Centro Nacional de Tribunais Estaduais dos EUA
Um acordo foi feito na corte, e ela aceitou participar do tratamento por um período de 18 meses, além de se submeter a exames para verificar seu progresso. "Durante esse período, ela conseguiu um emprego pela primeira vez na vida, recuperou a guarda dos filhos, ficou todos os 18 meses sem consumir drogas e hoje tem sua própria casa. Ela já está livre do vício há 5 anos."
"Há uma equipe que trabalha em cada caso ao longo de todo o período: oficiais de Justiça, médico, policiais e o juíz. Eles revisam o progresso a cada semana ou a cada 15 dias", conta.
"Ao final, a maioria dos tribunais nos EUA opta por retirar as queixas contra o acusado no caso de o programa ser completado com sucesso. No caso dessa mulher, as duas queixas que teriam a levado à cadeia foram retiradas. Isso serve como uma grande motivação para essas pessoas", completa.

Reincidência
Segundo Kunkel, o índice de pessoas que segue sem voltar à criminalidade é menor que o de pessoas que apenas se livram do vício, mas isso demonstra que há progresso.

"Vemos que, nos Estados Unidos, a ação dos tribunais de drogas diminui a reincidência criminal em um índice entre 18% e 26%, comparado com o das pessoas que não passam pelo programa. E em grande parte isso ocorre porque aquele vício está sendo tratado pela primeira vez", afirma.

Durante esse período, ela conseguiu um emprego pela primeira vez na vida, recuperou a guarda dos filhos, ficou todos os 18 meses sem consumir drogas e hoje tem sua própria casa. Ela já está livre do vício há 5 anos"
Tara Kunkel
O conceito foi criado em 1989 nos EUA. Em vez de cumprir pena na prisão, os acusados por pequenos delitos participam de programas de reabilitação (reuniões de grupo e prestação de serviços à comunidade), que têm por objetivo tratá-los da dependência química e reintegrá-los à sociedade.
Segundo Kunkel, o acompanhamento dos pacientes revelou também que houve melhoria significativa em outras áreas da vida dos participantes, tais como frequência e rendimento escolar (no caso de adolescentes), adesão a atividades profissionalizantes, reorganização da vida, convívio familiar e percepção sobre o uso de drogas.

Modelo brasileiro
No Brasil, o modelo ainda é relativamente novo, e o termo usado tem sido justiça terapêutica. Mas experiências similares já são adotadas por 20 estados brasileiros e o governo federal vem discutindo mudanças na lei nacional antidrogas para poder incorporá-lo. Responsável por um dos exemplos de programa de justiça terapêutica, Paulo Sérgio Sobrinho, promotor de Justiça Criminal do Fórum de Santana, em São Paulo, afirma que falta uma estrutura mínima para que o sistema funcione com mais eficácia no Brasil.

A corte de drogas [nos EUA] não existe só em função do juiz ou do promotor. Ela tem uma estrutura enxuta que permite que o juíz continue trabalhando nos demais casos sem ter que parar, por conta da estrutura de apoio"
Paulo Sérgio Sobrinho, promotor de Justiça Criminal do Fórum de Santana
"Creio que se houvesse a aplicação de recursos mínimos para articular mais esse tipo de atendimento, ele teria mais resultados. Muitas vezes, a pessoa não tem condições de chegar ao local e passa a faltar. Se houvesse como auxiliar essa pessoa de forma regular, isso seria uma grande ajuda. Também falta mais treinamento para os funcionários do Judiciário e do Ministério Público", aponta o promotor.

Ele elogia a maneira como o auxílio é dado nos EUA, com a noção de time ou equipe acompanhando o caso. "A corte de drogas [nos EUA] não existe só em função do juiz ou do promotor. Ela tem uma estrutura enxuta que permite que o juíz continue trabalhando nos demais casos sem ter que parar, por conta da estrutura de apoio", o que não ocorre no Brasil.
"Hoje nós fazemos algo parecido em Santana com o apoio dos promotores, funcionários, organizações (como Alcoólicos Anônimos, Narcóticos Anônimos etc.), e muita vontade. Faltam verbas e meios para levar melhores condições às pessoas que precisam ser tratadas", afirma Mário Sérgio.

Seminário
O seminário “Tribunais americanos de droga – a saúde pública e a justiça terapêutica”, promovido pela Escola Superior do Ministério Público (ESMP), com o apoio do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, será às 18h na sede do Ministério Público de São Paulo (Rua Riachuelo, nº 115, Centro). O evento terá transmissão ao vivo pelo site da ESMP (www.apmp.com.br).

18 de mai. de 2012

SUS gasta R$ 1,8 bi por ano com dependentes


Recursos foram para o atendimento de 3 milhões de usuários de drogas
Do Metro vivabem@band.com.br

O governo federal gastou R$ 1,8 bilhão por meio do SUS (Sistema Único de Saúde) no atendimento de 3 milhões de dependentes químicos somente no ano passado. O dinheiro foi destinado para a Rede de Atenção Psicossocial, responsável pelas ações voltadas para usuários de drogas e álcool no país. Esse montante representa 2,5% do Orçamento do governo federal para a área da saúde.

Do total de R$ 1,8 bilhão, 34% foram usados em internações e atendimentos hospitalares. Outros R$ 490 milhões foram gastos no custeio de 2,5 mil leitos exclusivos para o tratamento de dependentes químicos. Em dez anos, o Ministério da Saúde diz ter triplicado o volume de recursos destinados para a rede de atendimento. Em 2002, a verba era de R$ 619 milhões. Para este ano, a previsão é de que chegue a R$ 2,1 bilhões.

Para a psiquiatra Ana Cecilia Marques, conselheira da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas), a falta de uma política antidrogas efetiva por parte do governo federal impede avaliar os resultados obtidos com os recursos liberados. Segundo ela, antes de elevar os investimentos, é preciso mapear o dependente. “Um histórico é o primeiro passo. Ele permitirá levantar onde é preciso um novo leito ou um programa de acompanhamento familiar. É preciso montar o perfil do doente para combater a doença.”

O crack na mira

O aumento nos investimentos é parte do Plano Nacional de Combate ao Crack, que receberá um aporte direto de R$ 350 milhões, a meta do governo é destinar R$ 2 bilhões para o tratamento de dependentes da droga até 2014. O foco principal são os centros de aglomeração de viciados, como a Cracolândia, que concentra dependentes de crack. Com essa verba, o governo promete abrir 13,5 mil novos leitos. Hoje, o SUS tem cerca de 9 mil leitos para dependentes químicos, divididos entre hospitais psiquiátricos, prontos-socorros e Caps (Centros de Atendimento Psicossocial).

A psiquiatra Ana Cecilia diz que concentrar os gastos em novos Caps é ir na contramão da ciência. “Estamos criando um país de doentes. É preciso investir na prevenção e adotar uma política de combate à oferta de drogas.” Durante visita à Cracolândia em janeiro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que o aumento nos investimentos do governo e a política de internações é parte do programa que está em andamento. Segundo o ministro, o governo não tem uma visão “reducionista” em suas medidas antidrogas. “Buscamos unir planejamento e recursos”, diz.

PROJETO FIXA MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS ESPECÍFICAS PARA MENORES INFRATORES COM DEFICIÊNCIA MENTAL OU DEPENDÊNCIA QUÍMICA


Senado.gov.br
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) aprovou nesta quarta-feira (16) projeto de lei que prevê tratamento médico para os adolescentes infratores que tenham deficiências mentais ou dependência de álcool ou outras drogas. Segundo o autor da proposta, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), a iniciativa é necessária para diferenciar as medidas socioeducativas aplicadas aos menores infratores “comuns” daquelas aplicadas aos menores com deficiência mental ou dependência química.
O projeto (PLS 23/12) ainda vai passar por mais um colegiado do Senado: a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Os senadores Wellington Dias (PT-PI), Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Paulo Paim (PT-RS) ressaltaram que a discussão da proposta nessa comissão será “mais aprofundada” e poderá incluir a realização de audiência pública com especialistas no assunto. Paim é o presidente da CDH.
Em seu parecer sobre a matéria, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) concordou com o projeto de Aloysio Nunes, mas introduziu algumas modificações. Ao ressaltar a importância do tratamento diferenciado, Cyro cita um estudo que aponta a grande quantidade de portadores de transtornos psiquiátricos entre os menores infratores.
O texto altera artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069, de 1990) e da lei que trata do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Lei 12.594, de 2012).

10 de abr. de 2012

Bebida alcoólica quadriplica chances de acidentes, segundo especialista


Perda das funções é observada a partir de 0,05% da substância no sangue.
Consumo de água não reduz sintomas da embriaguez no trânsito.

Do G1 Ribeirão e Franca

O coordenador do Programa de Saúde Mental de Ribeirão Preto (SP), Alexandre Firmo de Souza Cruz, alerta que o consumo de bebida alcoólica aumenta em mais de quatro vezes as chances de acidentes no trânsito. Pessoas com descendência indígena e japonesa, segundo Souza Cruz, são mais suscetíveis ao álcool. De acordo com o especialista, consumir água não reduz os sintomas da embriaguez, mesmo para quem ingerir pequenas quantidades.
                A partir de 0,05% de álcool no sangue, o organismo perde a conexão entre capacidade de julgamento e controle de impulsos. “O álcool interfere nas funções, leva à perda cognitiva. Dependendo da alcoolemia, a chance de acidente pode aumentar quatro vezes ou mais”, alertou.

Operação Páscoa

Cerca de quatro mil agentes de segurança adicionais foram escalados por região do Estado para a Operação Páscoa, que vai monitorar as rodovias de São Paulo até o domingo de Páscoa (8). Nos trechos das rodovias Anhanguera, Armando Salles de Oliveira e Attílio Balbo na região de Ribeirão Preto, as concessionárias responsáveis estimam um aumento de até 40% no fluxo de veículos. Em 2011, 390 ocorrências com motoristas embriagados foram registradas na região. “Uma das prioridades está exatamente na fiscalização do condutor alcoolizado”, afirmou o capitão da Polícia Rodoviária, Amarildo Bassi.

Como prevenir consumo de álcool e remédios entre adolescentes


É aos 12 anos que os adolescentes começam a experimentar substâncias que causam dependência e podem ser a porta de entrada para outros tipos de droga. Veja como prevenir.

Revista Cláudia - Suzana Lakatos e Fábio Mello

Quando se pensa em drogas, poucas famílias percebem o perigo de substâncias que estão ao alcance do adolescente, às vezes na própria casa, como bebida, medicamento e cigarro. O fato de serem legais faz com que os riscos sejam minimizados e cria um terreno propício para o uso precoce. “No mundo, o período crítico dessa iniciação é dos 12 aos 16 anos, mas no Brasil ela se concentra entre 12 e 14 anos”, aponta o pneumologista Sérgio Ricardo Santos, coordenador do Núcleo de Apoio à Prevenção e Cessação do Tabagismo (PrevFumo), da Unifesp. Além da precocidade, o padrão de consumo também preocupa.

Dois estudos sobre o perfil e a ingestão de drogas no país trazem dados importantes. A boa notícia é que a incidência da experimentação vem diminuindo graças a fatores como o aumento de informação por parte da população, maior inclusão escolar e o envolvimento crescente das escolas na prevenção; a má é que os relatos de uso freqüente (seis ou mais vezes no mês) nesse grupo aumentaram. O II Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública nas 27 Capitais Brasileiras, de 2004, e o II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, abrangendo as 108 maiores cidades brasileiras e publicado em 2007, foram conduzidos pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), do departamento de psicobiologia da Unifesp, sob supervisão do professor Elisaldo Carlini. Ele lembra que as drogas, lícitas ou ilícitas, causam dependência e fazem mal à saúde.

Proteção, prazer e risco

Também a motivação para o uso é a mesma: a busca de gratificação imediata. “É uma característica da sociedade atual, cujo consumismo cria a expectativa de que todos os desejos se realizem em curto prazo, de preferência no shopping mais próximo”, afirma Hélio Deliberador, coordenador do curso de psicologia da PUC-SP. Mas, se parece impossível mudar a sociedade de uma hora para outra, os pais podem ficar alertas a alguns fatores que aumentam ou diminuem o risco de o filho se envolver com drogas. E devem agir bem depressa em caso de perigo.

Pais que não usam drogas, estão atentos ao filho e cultivam o diálogo e o respeito ajudam o adolescente a se manter longe das drogas, acredita o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Faculdade de Medicina da Unifesp. Na outra ponta, o desafio é suavizar o impacto dos fatores de risco. Significa, por exemplo, apoiar o filho na superação de dificuldades escolares – o problema que mais vezes aparece associado ao consumo de todos os tipos de droga. Um segundo grupo que precisa de atenção é o dos portadores de transtornos de ansiedade, como hiperatividade e déficit de atenção. Eles se envolvem mais freqüentemente com essas substâncias. A presença de usuários de drogas na turma de seu filho também deve mobilizar a família. Proibir a amizade pode levar o adolescente a mentir para não perder contato com o amigo. É mais eficaz transformar sua casa em ponto de encontro e ficar de olho. Eventualmente, uma conversa com os pais do amigo funciona. É bom ter claro que o adolescente não é capaz de avaliar as conseqüências dos seus atos. Cabe à família impor limites e saber com quem ele anda, como e onde se diverte. Diante da constatação de que o jovem usa drogas, é preciso questionar honestamente sua capacidade de protegê-lo. “O erro maior das famílias é adiar uma atitude em vez de buscar ajuda especializada”, diz Laranjeira.

Na hora de abordar o assunto, a melhor forma de ser ouvida é munindo-se de informação. “Apresentar dados concretos sobre os danos ao organismo funciona mais do que uma abordagem moralista”, recomenda o psicólogo Raul Aragão Martins, professor do departamento de Educação da Unesp, em São José do Rio Preto (SP). Em 2005, ele realizou o estudo Uso de Bebidas Alcoólicas entre Adolescentes e atualmente pesquisa o que influencia o consumo. Chegou à conclusão de que, para o jovem, essa é uma escolha pessoal, sobre a qual não reconhece a autoridade dos pais. Saber disso ajuda a evitar posturas autoritárias, que provocariam uma reação de desafio.

Mesmo moderadamente, consumo de álcool eleva risco de câncer de mama em jovens


Revista Veja

Saúde da mulher

Segundo pesquisa, álcool aumenta chance de surgimento de doenças benignas que podem evoluir para câncer no futuro

O consumo de bebida alcoólica pode elevar as chances de mulheres jovens desenvolverem câncer de mama. O risco existe mesmo quando o cosumo é moderado, e se torna mais elevado quanto maior for a quantidade da bebida consumida. Essa é a conclusão de uma pesquisa publicada nesta segunda-feira na revista Pediatrics, que indicou que o álcool ainda pode desencadear alterações benignas na mama capazes de levar à doença no futuro. O estudo foi realizado por um grupo de pesquisadores de diversas instituições, entre elas as Faculdades de Medicina das Universidades de Washington e de Harvard, nos Estados Unidos.

Segundo a Sociedade Americana do Câncer, mulheres adultas que bebem de duas a cinco doses de bebida alcoólica ao dia têm uma chance 1,5 vez maior de ter câncer de mama do que as abstêmias. Nesse estudo, a equipe de pesquisadores procurou descobrir se os já conhecidos efeitos adversos do álcool poderiam ser revertidos, como pesquisas anteriores sugeriram, pelo ácido fólico, uma vitamina do complexo B presente em bebidas alcoólicas como a cerveja, mas também em outros alimentos como cogumelo, tomate e feijão. O nutriente pode combater anemia, prevenir cânceres e evitar inflamações.

Por isso, durante uma década, os especialistas acompanharam 29.117 mulheres, com idades entre 18 e 22 anos, que responderam a questionários sobre consumo de bebida alcoólica e ácido fólico em geral. Cerca de um quarto dessas mulheres não consumiam bebida alcoólica quando jovens, enquanto 11% delas bebiam o equivalente a uma dose e meia ou mais de álcool ao dia quantidade considerada alta pela pesquisa. O restante das participantes bebia doses baixas ou moderadas. No início da pesquisa, nenhuma participante tinha doenças de mama. Ao final do estudo, foram registrados 659 casos de doença benigna de mama.

Os resultados indicaram que quanto mais bebida alcoólica é consumida, maior o risco de ter uma doença benigna da mama. Os pesquisadores concluíram que a cada 10 gramas de álcool (uma dose de bebida) que uma mulher ingere diariamente, o risco de desenvolver células e lesões não cancerígenas aumenta em 15%. No entanto, os pesquisadores observaram que o consumo de ácido fólico não alterou significativamente os riscos de doenças da mama.

Segundo os autores do estudo, os resultados são preocupantes. Embora nem todas as doenças benignas da mama evoluam para um câncer, os pesquisadores reconhecem que esses problemas são fatores de risco importantes e consistentes para uma doença maligna na mama. Para eles, o álcool aumenta o risco dessas doenças benignas, e esses efeitos negativos não são amenizados pelo ácido fólico.

Saiba mais

DOENÇAS MAMÁRIAS
Podem ser benignas, ou seja, não cancerosas, ou malignas. As doenças benignas são a maioria dos casos, não colocam a vida da mulher em risco e muitas vezes não exigem tratamento. Podem ser cistos mamários, fibroadenomas (pequenos nódulos nas glândulas mamárias) ou doença fibrocística, por exemplo. Casos malignos, ou seja, de câncer de mama, colocam a vida da paciente em risco e podem até acarretar a perda de uma mama. No entanto, é possível detectar o câncer em fase inicial e tratá-lo adequadamente.

Famílias de Ponta Grossa abandonam doentes mentais






Com a reforma psiquiátrica, os hospitais que atendiam estes pacientes foram fechados gradativamente. No lugar deles foram criados outros sistemas com atendimento mais humano JMNews.com.br

Desde a criação da lei em 2001, que estabeleceu a reforma psiquiátrica no Brasil e extinguiu gradativamente com os hospitais psiquiátricos, gestores públicos não sabem o que fazer com os inúmeros doentes mentais que acabaram ocupando as ruas das cidades. Com a reforma mais de 19 mil leitos psiquiátricos foram extintos no Brasil. Pela Organização Mundial da Saúde (OMS), deveria ter no país um leito de psiquiatria para cada mil habitantes. No Paraná deveriam existir 7,1 mil leitos para atender esta meta.
Em Ponta Grossa, dezenas deles perambulam pelas praças, pelo Calçadão da Coronel Cláudio, ou nas periferias da cidade. Quando não trabalham como flanelinha, pedem dinheiro, e fazem uso de entorpecentes. Dias atrás, no Parque Ambiental, uma mulher que perambula pela cidade, fez as necessidades ali mesmo debaixo de algumas árvores, durante o dia, mesmo com a intensa circulação de pessoas. O secretário municipal de Assistência Social, Edilson Baggio, disse que esta é uma das questões que mais preocupam, já que não tem onde interná-los para um tratamento mais adequado. “Depois que o governo fechou os hospitais psiquiátricos, ficamos sem saber o que fazer com estas pessoas”, diz Baggio.
Leia a matéria na integra no JM impresso.


30 de mar. de 2012

Maços terão cor padronizada e imagens com alertas antitabaco


Folha de São Paulo - JOHANNA NUBLAT
ENVIADA ESPECIAL A CINGAPURA

Vinte e cinco anos após ter limitado o fumo em ambientes fechados, a Austrália deve se tornar, no final do ano, o primeiro país a tirar as logomarcas dos maços. A ideia é usar 75% da frente e 90% do verso do pacote para grandes fotos e mensagens de alerta à saúde. A identificação do produto terá uma forma padronizada, em duas pequenas faixas.
No Brasil, que baniu os fumódromos no fim de 2011, o banimento às logomarcas não está no horizonte.
Em entrevista à Folha, Jane Halton, secretária do Departamento de Saúde e Envelhecimento da Austrália, disse que uma decisão como essa requer engajamento do governo como um todo, incluindo o do presidente do país. "É muito, muito mais simples adotar uma política como essa se você tiver coerência dentro do seu governo. Se é visto só como uma questão de saúde, é mais difícil de implementar. E você precisa do seu presidente para dizer: 'Sim, isso é importante, é para o bem do nosso povo'. E é por isso que estamos adotando essa política", afirmou.
Segundo Halton, o banimento da marca foi o avanço mais lógico no controle do tabagismo na Austrália. Antes disso, o país já havia proibido fumo em carros transportando crianças, alguns aditivos em cigarros e patrocínios distribuídos pela indústria tabagista, afirma.
Ela acredita que países como o Brasil podem se beneficiar dos estudos que levaram a Austrália a decidir contra as marcas. E que essa opção pode ser um dos passos seguintes adotados no Brasil.
Especialistas ouvidos pela Folha durante a 15ª Conferência Mundial Tabaco ou Saúde, realizada na semana passada em Cingapura, entendem que a adoção desse controverso modelo por mais países depende do sucesso da Austrália nas disputas com a indústria do tabaco.
Em pelo menos duas esferas internacionais, o país será questionado pelo descumprimento de acordos comerciais já estabelecidos. "Vamos enfrentar essa luta", afirma a secretária Halton. A previsão é que o novo maço de cigarro entre em vigor em dezembro de 2012. Questionada sobre se esse seria o ponto final da Austrália no controle do tabagismo, a secretária diz que o trabalho não chegou ao fim.
"Nós nos comprometemos a implementar os maços e, também, a enfrentar novas formas de publicidade, principalmente para jovens. Estamos trabalhando nas mídias sociais. E precisamos começar a pensar como ser eficazes na abordagem dos jovens, principalmente meninas. Temos muito a fazer."

A repórter JOHANNA NUBLAT viajou a convite da ONG americana Campaign for Tobacco-Free Kids